Segundo o professor António Martins Quaresma (2006), a fundação da freguesia de S. Martinho das Amoreiras teve origem eclesiástica, como era comum no final da Idade Média princípios da Moderna. A existência de uma ermida dedicada a S. Martinho serviu como elemento fundacional da freguesia.
Construída através da iniciativa dos moradores, com autorização da Ordem de Santiago, devido à grande distância a que ficavam de Ourique, sua matriz, a singela igrejinha de S. Martinho ficou durante bastante tempo isolada na encosta de um cerro.
Não existe no entanto uma data precisa para a fundação da freguesia. “O pároco de S. Martinho escreveu, em 1758, que a igreja paroquial se fundara “há mais de trezentos anos”, o que daria uma data anterior a 1458”[1] (Quaresma, 2006).
No início do século XVI, havia dois núcleos de povoamento – Conqueiros e Aldeia das Amoreiras – com cerca de três km de distância entre si. Ambos ficavam num vale, cuja água se vai meter na ribeira de Garvão, tributária do rio Sado, com várzeas irrigadas que favoreciam a agricultura e consequentemente a fixação das populações.
O crescimento da povoação de S. Martinho das Amoreiras só se verificou mais tarde, implantando-se o casario junto da igreja, nos terrenos que lhe eram pertencentes. Através do aforamento desses terrenos facilitou-se a fixação de população, dando origem à aldeia. A condição de sede paroquial e a própria existência de terrenos da igreja onde se podiam construir casas, acabaram por determinar a supremacia da aldeia de S. Martinho sobre Conqueiros e Aldeia das Amoreiras.
No final do século XIX, com na construção da linha férrea que liga o Algarve a Lisboa, surgiu um novo núcleo de povoamento junto à estação ferroviária – Amoreiras-Gare – que rapidamente passou de um “monte”, para um dos principais aglomerados urbanos da freguesia.
A freguesia pertenceu ao concelho de Ourique, tendo sido anexada ao concelho de Odemira pelo decreto de 24 de outubro de 1855. Em 1884 regressou ao concelho de Ourique tendo passado a pertencer definitivamente ao concelho de Odemira a 17 de agosto de 1899.
A interioridade de S. Martinho das Amoreiras condiciona a paisagem, marcadamente serrana, onde a floresta e sobretudo o eucalipto são nota dominante. Contudo, para além da produção florestal, a atividade económica da freguesia passa pela agricultura, pecuária, apicultura, olivicultura e extração de cortiça.
Com uma área de 144,2 km2, esta freguesia do interior do concelho de Odemira tem vindo a perder população nas últimas décadas, apresentando uma população de 4587 habitantes em 1960 e somente de 1006 habitantes nos censos de 2011.
[1] QUARESMA, António Martins (2011), “São Martinho das Amoreiras Notas Históricas”, São Martinho das Amoreiras; Junta de Freguesia de São Martinho das Amoreiras, pág. 8.